8.7.09

Em Defesa do Call

A maior parte da literatura de poker avisa os leitores para o perigo de se tornarem numa calling station. A sabedoria comum dita que quando se joga uma mão se deve apostar, aumentar ou desistir. Fazer call é usualmente considerada a pior coisa que se pode fazer.

Eu discordo. Quando jogo em torneios No Limit Hold'em encontro muitas situações onde fazer call é a melhor opcção existente. Um call estratégico poderá impedir-me de perder as minhas fichas numa mão onde tenho boas cartas, mas que estão batidas. Ou, um call com bom timing poderá ajudar-me a apanhar um pot com uma mão que não ganhará se fôr a showdown. Veja os seguintes exemplos; acho que irá perceber que o call é uma poderosa e sobrevalorizada arma.
Digamos que se encontra a meio de um torneio e que tem um stack um pouco acima da média. Um jogador tight abre o pot em UTG com um raise 3 vezes a big blind. Você levanta as suas cartas e vê um par de 10 de mão. Provavelmente não irá querer desistir de um par de dez. Poderá tornar-se numa mão muito forte, como tem visto ao longo do tempo, e poderá muito bem ser a melhor mão em jogo nesse momento. Muitas pessoas dizem que nesta situação, o caro leitor deveria fazer um grande re-raise.
Mas o re-raise pode ser muito perigoso. Dependendo do tamanho da sua stack, poderá acabar comprometido com o pot e não ter outra opcção senão fazer call quando o seu adversário fôr all-in. Se isso acontecer, provavelmente estará a jogar contra um par maior ou, no mínimo, A-K. Nunca irá querer colocar todas as suas fichas em jogo quando é apenas um pequeno favorito para a vitória.

Mas se no entanto, apenas fizer call ao primeiro raise, irá ter uma melhor oportunidade para fazer uma melhor decisão no flop. O flop poderá ser A-Q-7, e neste ponto, o caro leitor poderá desistir a qualquer aposta feita sabendo que não existe hipótese de a sua mão ser a melhor. Mas se o flop fôr 4-4-6 e o seu adversário apostar, poderá fazer raise. A maior parte dos jogadores quando apanha A-K irão desistir nesta altura. Se o seu adversário fôr all-in, você fica com a certeza de que o seu par de dez não chega. Então poderá desistir, preservando uma boa parte da sua stack.
Independentemente de como a mão se desenrole, perceba que terá muita mais informação com que trabalhar no flop se apenas fizer call a um raise inicial. Poderá ver 3 das 5 cartas comunitárias antes de cometer um grande porção da sua stack. Também estará a forçar o seu adversário a reagir ao flop. A acção dele - a sua aposta ou check - irá ajudar o leitor a determinar a força dele.
Aqui está outra situação onde fazer call em pré-flop oferece grande vantagem. Digamos que se encontra no botão com 77 de mão e um jogador de uma posição média abre o pot com um raise. Para o bem deste exemplo, vamos assumir que o jogador em questão tem JJ. O flop é A-K-4. É praticamente impossível para o jogador com JJ continuar nesta mão. Na maior parte das vezes, este jogador irá fazer check. Quando isso acontecer, o caro leitor poderá tentar representar um Ás, o que provavelmente iria provocar um fold do adversário. Você ganha assim um pot por desistência, não à melhor sentimento no poker.
Estes são apenas pequenos exemplos simples, mas quero chegar mais longe ainda. A maior parte dos iniciados parecem ansiosos por fazer as suas jogadas antes do flop. Mal apanham uma mão decente, fazem raises e re-raises, dando o seu máximo para irem all-in. Acredito que jogar no flop abre oportunidades para grandes desistências e bons bluffs que não poderão ser feitas pré-flop. Jogar com o flop na mesa é bastante divertido. No seu próximo torneio, tente fazer call em posições em que provavelmente faria re-raise. Acho que irá adorar a experiência.

Por Gavin Smith

1 comentário:

Unknown disse...

ola andre,ja fiz a modificaçao e gostava k conferisses se agora esta bem,dsc pelo lapso, mas agora acho k ta bem...gostava so de dizer k tb gosto do teu blog pelo facto k:

-eu nao gostando de ler muito texto,os teus posts conseguem-me cativar ate ao fim,as vezes nao comento mas passo por ca sempre k posso e tenho tempo...o meu muito obrigado e continua assim...
abraço