31.1.10

4 Dias na Vida de Phil Ivey

Phil Ivey é considerado por muitos o melhor jogador de poker do planeta, e apesar de tentar manter o seu estilo de vida afastado dos media, a E60 conseguiu acompanhar Phil Ivey durante 4 dias entrevistando o jogador e testemunhando o seu inacreditável dia-a-dia. O documentário está disponível em baixo.





«Parte 1»


«Parte 2»

28.1.10

Jogar Loose em Pré-Flop - Parte II

No meu último artigo falei acerca da necessidade de se jogar um jogo mais loose pré-flop, especialmente nas fases finais do torneio. Agora vou dar-vos mais exemplos específicos de tipos de mãos com as quais poderá querer jogar quando estão em UTG ou no botão, e as maneiras que poderá querer jogá-las à medida que se vai chegando a ITM.

Para cada exemplo, quero que assuma que estão antes em jogo, o que torna não só lucráveis os roubos das blinds, mas também uma necessidade se quiser manter uma stack jogável.Se não está disposto a raisar com outra coisa a não ser mãos premium nesta altura do torneio, irá ver a sua stack a ficar cada vez mais pequena com cada mão que é jogada na mesa.

Com isso em mente, digamos que estou UTG; vou estar a raisar pré-flop com quase qualquer par, dependendo do quão agressivos eu penso que os meus adversários são. Também jogarei Ax suited com qualquer carta com um mínimo de A8, e todos os Ax unsuited com um mínimo de AT. Também jogarei suited connectors de 89 para cima. Quanto às mãos off-suit, KQ ou KJ são provavelmente as piores mãos que jogo; jogo as duas em UTG quando estão antes em jogo, mas se não existirem antes não tenho motivos alguns para raisar/jogar este tipo de mão.

Da mesma maneira jogarei muito mais loose quando estou no botão e todos foldam até mim: qualquer A, K ou Q suited, basicamente quaisquer 2 cartas suited de 4 para cima e usualmente qualquer duas cartas unsuited de 8 para cima. Este range significa 59% das mãos, que é a percentagem ideal que se deve jogar nesta posição.

Claro que irá precisar de ajustar as suas mãos iniciais tendo em conta a sua mesa. Se está sentado com um jogador loose-agressive, irá jogar menos mãos porque ele irá dar call ou re-raise muito mais frequentemente do que um adversário passivo. Por outro lado: se a mesa fôr tight, se o jogador na BB estiver a jogar tight, ou se estiver na bubble, é  uma grande oportunidade de abrir o seu jogo e começar a roubar com mais frequência. Isto é especialmente verdade se tiver uma grande stack e toda a gente estiver a tentar sobreviver.

Lembre-se que isto é uma estratégia base - que considera os seus adversários, o nível do torneio, quem está nas blinds e a sua posição. O que irá fazer frente a um raise pré-flop? Pense com que mãos faria isso na posição do seu adversário, e deverá ficar com uma ideia do tipo de cartas que eles têm. Se não souber nada acerca do seu adversário, assuma que ele tem variado a sua estratégia partindo das posições em que se encontra; jogando tight em UTG raisando com menos de 10% das mãos (mais tight do que recomendo) e jogando loose no botão, raisando com cerca de 50% das mãos.

Por exemplo, digamos que o seu adversário raisa UTG e você é o próximo a agir numa posição inicial, e tem AT off-suited. Deve respeitar o seu raise UTG porque provavelmente o seu adversário naquele spot apenas estará a jogar 1/3 das mãos que jogaria no botão. Como se isso não bastasse, ainda faltam falar o resto dos jogadores da mesa e facilmente um deles poderá ter uma mão forte e dar re-raise. Visto que o caro leitor se encontra totalmente fora de posição, tem de foldar a mão e procurar um melhor spot.
Se der call com AT nesta situação e toda a gente foldar, provavelmente estará numa situação de 45/55, tendo em conta o range de mãos com que o seu adversário daria raise pré-flop. Mesmo nesta situação "ideal", continua a estar a arriscar fichas quando não precisa de o fazer.

No entanto, se tiver AT offsuited na BB quando alguém raisa UTG, a história muda completamente. Já tem dinheiro investido no pot, e já viu quem continua em jogo. Da mesma maneira que se o seu oponente raisar do botão e se estiver numa das blinds com AT offsuited, a sua mão é na verdade favorita porque naquele spot é bastante provável que ele esteja a raisar com qualquer Ax.

Também existem jogadores que não tomam em consideração a sua posição antes de decidirem jogar uma mão - apenas jogam de JJ a AA e AK seja qual fôr a sua posição na mesa. Você terá de jogar mais tight contra este tipo de jogadores, visto que apenas colocam dinheiro no pot com grandes mãos.

Tudo isto é apenas um trecho daquilo que se pode fazer no botão e em UTG. Utilize esta informação para ter auxílio em escolher que mãos vais jogar, e em que posição irá fazê-lo - e também que mãos deverá jogar quando os seus adversários se encontram em spots específicos.

Andy Bloch

24.1.10

Jogar Loose em Pré-Flop - Parte I

Saber o que fazer e quando o fazer é o que separa aqueles que apenas jogam torneios dos que fazem mesas finais. Isto é especialmente verídico no No Limit Hold'em, onde as primeiras decisões que tem de enfrentar é que mãos deverá jogar e quando o deverá fazer. Á medida que as blinds e as antes tendem a subir, estas decisões tornam-se ainda mais cruciais. Nestas situações, um dos erros mais criticos que as pessoas fazem é não variar suficientemente o seu jogo pré-flop.

Enquanto que muitos profissionais aconcelham jogar um poker tight, o jogo agressivo e a importância de escolher mãos iniciais "premium"; eu vejo que existem muitos novos jogadores que levam estes concelhos muito à letra e acabam por não jogar mãos suficientes. Falei recentemente com um novo jogador que me disse que estava a jogar menos de 10% das mãos pré-flop. Isto não é o suficiente - nem em UTG eu jogo tão tight! Se está a jogar assim tão tight, terá de jogar consideravelmente um jogo mais loose - especialmente em posições finais e nas fases finais do torneio.

Deixe-me dar-lhe uma ideia do que estou a falar. Como estratégia geral, eu quero jogar cerca de 40 a 45% das minhas mãos do botão antes de as antes entrarem em jogo. Em UTG com 8 jogadores ainda por falar, eu jogarei cerca de 14% das minhas mãos. Esta percentagem sobre gradualmente à medida que a minha posição avança à volta da mesa até ter apenas 31% de mãos - que corresponde a quando me encontro no cut-off.

Quando as antes entram em jogo, eu raiso cerca de 59% das vezes do botão. Por outro lado, apenas vou raisar 18% quando estou em UTG. Com ou sem antes, é importante ter em conta que estou a raisar cerca de 3 vezes com a mesma frequência de quando estou no botão. Isso pode parecer muito, mas é o muito que se precisa para variar o jogo em pré-flop.

Para dar um exemplo específico, digamos que estamos a jogar a 100/200, e o caro leitor raisa 3 BB's do botão. Está a arriscar 600 para ganhar 300, o que não é o ideal. Mas se fizer o mesmo raise quando existe uma ante de 25 por cabeça, então o mesmo pot sobe para 500 fichas, o que significa que está a lutar por 200 fichas extra. Essas fichas extra que vieram das antes fazem com que valha apena que jogue mais loose e comece a raisar com mais frequência utilizando um range mais alargado de mãos, especialmente quando se encontra no cut-off ou no botão. Se esta estratégia resultar metade das vezes, está em grande forma e a obter uma boa percentagem de lucro.

Deverá ter reparado que eu tenho dado percentagens especificas neste artigo - são baseadas em milhões de mãos que joguei ao longo dos anos, e um sistema de rankings que criei que me consegue determinar quais mãos devo jogar e raisar das mais diversas posições.

por Andy Bloch

19.1.10

FullTilt: Rush Poker - Eles conseguiram outra vez!

Quem jogar na FullTiltPoker e tente aceder à mesma, ser-lhe-á pedida a instalação de um pacote de actualização. Nada a que já não se esteja habituado. No entanto, este pacote não se limita apenas a corrigir bugs no novo lobby, ou algo desse género. Apresenta uma nova forma de jogar poker: o Rush Poker. Basicamente consiste num universo de mesas cash interligadas entre si, e o jogador joga precisamente... em todas! A ideia é o poker ser extremamente rápido, e para isso foi criado um novo botão: o "quick fold". Ou seja, entra-se numa mesa e se a mão fôr do nosso agrado jogamos, senão damos "quick fold" e somos imeditamente "cuspidos" para outra mesa já com a nossa mão a espera. Pelas próprias palavras de Chris "Jesus" Ferguson: "Quando joga Rush Poker, está sempre em acção, isto porque no segundo em que acaba de jogar uma mão é levado para outra mesa para jogar imediatamente outra mão. Isto torna-o o mais veloz jogo de poker de sempre."

Apesar de não gostar de jogar cash, é devido ao meu recente cash out que ainda não tive oportunidade de experimentar isto. Mas isto para mim é simplesmente inovação pura e crua. Isto porque o aborrecimento de estar a espera que outras mãos acabem deixou de existir, e cheira-me que o jogo será apenas disputado por premiums. Não estou a ver que, face a este jogo tão veloz, alguém vá ver flops com trash ou mãos medíocres (como acontece nas mesas normais). Acredito também que noções tão básicas e seguras de si mesmas, como posições e força no botão sejam algo deturpadas. Será?
Resta-me dar os parabéns a toda a equipa de desenvolvimento da FullTiltPoker, que ao contrário das outras salas trabalham para a evolução do jogo: e não para a sua estagnação. É assim mesmo!

por André Leitão

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18.1.10

Objectivo Atingido

Consegui hoje atingir os $100 do objectivo a que me tinha proposto: ir dos $14 aos $100 apenas jogando sits de $2,20. Daqui a uns dias escreverei dicas de como vencer estes sits de microstakes e alguns factos de que me vim apercebendo ao longo dos tempos que fazem mesmo a diferença.
Como já tinha dito, este dinheiro vai ser cash out imediato, pois apesar de já jogar on-line à algum tempo ainda não tive regalias por o fazer (tirando o equipamento da FullTilt que vou mandando vir sempre que amealho os pontos necessários). Quando voltar ao activo (mais ou menos daqui a uma semana) proporme-ei a desafios mais altos.

PS: 26º lugar em 290 jogadores (se a memória não me falha) ontem na Liga PokerPT de ontem à noite. Grande torneio, parabéns ao Tiago Henriques pela vitória.

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17.1.10

Sessões curtas com bons resultados

Depois de um downswing que me fez descer dos 80 para os 58 dólares de banca, eis que reduzi o tempo de sessão que costumava jogar e consegui a recuperação para os 82 dólares - apenas jogando sits de $2,20. Considero isto bastante positivo, tendo em conta que começei apenas com $14. Tenciono assim ir evoluindo aos poucos, passando depois eventualmente para sits de $5,50 e por aí fora. Para já estes estão a ser lucráveis, e o meu objectivo é mesmo levantar aos $100 portanto, para já, manterme-ei nas microstakes.
Apenas quero referir um Sit que foi sem dúvida único para as stakes a que estava a ser jogado. O bubble boy após eliminação foi a correr ao chat para escrever "great game, great players". E de facto foi mesmo verdade, nunca tinha jogado um sit tão díficil a stakes tão baixas.

Deixo nota para uma sessão de cash (infelizmente em microstakes) com o Paul Sexton. Deixo em baixo imagens dessa sessão e da minha recuperação de banca.

Nota: Sim, mudei o meu avatar para o ninja. Não existe nenhuma razão específica, simplesmente sempre achei cool este avatar do ninja.

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15.1.10

A Mão Incrível de Jennifer Harman

Jennifer Harman é sem dúvida uma excelente jogadora de poker, com provas dadas em diversos circuitos ao longo dos tempos. Detentora de duas braceletes da World Series of Poker, foi também co-autora da sequela do livro considerado por muitos a bíblia do poker: "Super System" de Doyle Brunson.

No entanto, esta situação em particular é sem sombra de dúvida, a prova de que tudo pode acontecer no poker. Afinal de contas, é este factor que torna este jogo tão viciante e altamente emotivo: o facto de que tudo, mas mesmo tudo, pode acontecer. E se às vezes este pormenor nos chateia imenso em jogos particulares com amigos, imaginem acontecer no meio de uma WSOP! O vídeo em baixo representa mais do que mil palavras.

13.1.10

Prefiro ter AK do que AA ou KK

Acreditem que prefiro mesmo ter AK do que AA ou KK. Muitos jogadores irão achar esta afirmação surpreendente, mas não é. Cedo irão ver porquê.

Claro, eu sei que AK nunca estaria na frente de AA ou KK, se forem jogadas uma contra a outra a frio. Um mísero par de duques vence AK, eu sei. Uma vez numa aposta entre amigos, eu apostei no par de duques contra AK. A ideia era jogar as duas mãos uma contra a outra, a frio (sem apostas). Simplesmente tiravamos 5 cartas e viamos qual das mãos ganhava mais vezes. Era uma aposta de 50/50, e apostámos $500 por mão. Eu venci vários milhares de dólares antes de eles desistirem.

Não ficaram convencidos da primeira vez porque demos 2 ou 3 mãos. Eles perderam algum dinheiro... e depois desistiram. Foram embora... voltaram (depois de fazerem algum "trabalho de casa") e jogámos novamente. Venci-os de novo.
Mas quando digo que prefiro AK a AA ou KK, não estou a falar de jogar uma mão contra a outra a frio. Agora... estou a falar acerca de jogar poker.

Um AK é uma mão "melhor" do que dois ases ou reis por duas razões muito importantes:
(a) Ganhará mais dinheiro quando completar uma mão; e
(b) Irá perder menos dinheiro quando falhar uma mão

E não consigo pensar em duas melhores razões para preferir AK a qualquer outro grande par.

A razão porque o caro leitor irá fazer mais dinheiro com AK é porque estamos a falar de uma mão de projectos, e não de uma mão feita. Ou seja, não se tem nada com AK a não ser que se flope alguma coisa. Por isso é uma mão muito fácil de ser dar fold quando não se flopa nada, ao contrário dos ases ou reis aos quais se fica sempre "amarrado" e que, por esse mesmo motivo, são mãos dificeis de dar fold. É por isso que se perde menos dinheiro com AK.

Outra razão porque se pode ganhar mais e perder menos jogando AK é que quando se acerta um par no flop... torna-se muito mais dificil ao vosso adversário completar uma mão se estiver a jogar algo como suited connectors.

AK é também uma mão muito mais flexível do que AA ou KK, e isto acontece porque o caro leitor pode jogar AK a abrir o pot, ou jogar devagar para poder dar raise a alguém. Eu dou call a um raise aceitável com AK de qualquer posição. E, ocasionalmente, colocarei todas as minhas fichas no meio da mesa antes do flop sair.

por Doyle Brunson

10.1.10

Na conversa com: Andy Bloch (O Poker na TV)

Entrevistador: Hoje iremos falar um pouco acerca do Poker na Televisão. Todos sabemos que o poker na televisão pode ser algo extremamente excitante, mas se é novo no poker é melhor ter algumas notas em conta antes de começar a jogar como os doidos-agressivos que vemos na TV. Temos aqui alguém que será um perito para discutir este assunto, tendo em conta o seu currículo. Fez duas mesas finais na WSOP e duas mesas finais no WPT, Andy Bloch. Andy, obrigado por discutires isto connosco.

Andy Bloch: Obrigado por me ouvirem.

E: Alguém que vê poker na TV e quer iniciar-se na modalidade poderá ter alguns problemas. O poker na televisão é muito divertido e muito excitante de ver, mas obviamente não estão a ver todo o torneio e a tomar em conta concelhos errados acerca do que estão a ver. Isto é verdade?

AB: Sim, o mais verdade possível. Assistimos a um programa como o WPT, e o que parece é que o jogo está a ser contínuo. Mão após mão. Os produtores dão tudo para que o programa fique nesse aspecto, e penso que não estão a ajudar em nada as pessoas que se querem iniciar no poker. Claro que é interessante e parece uma história contínua e sem cortes, mas não conta a história certa. A verdadeira história do poker mostra muitas mãos com que se dá raise e ninguém vai ver o flop, ou raises e re-raises por alguém que tem mãos do tipo 88 ou 99. Não é como se vê bastante, que quem aumenta tem K8, A2 ou 73 off-suit. Vemos mãos dessas ocasionalmente, e seria interessante ver todas as mãos e perceber quem é o maniac e quem o está a fazer de 20 em 20 mãos. Isso sim, seria interessante.

E: Jogou contra Gus Hansen, numa das mesas finais do WPT. Foi a primeira vez do Gus no WPT, e toda a gente falava acerca de ele ser um maniac porque jogava todas as mãos que tinha. Quero dizer, o WPT deve adorar este tipo! Esteve heads up com ele em algumas mãos, será que se corre o risco de as pessoas assistirem a isto e pensarem que é assim que se deve jogar poker?

AB: Bem, eu sabia o que esperar do Gus Hansen. O WPT ainda não tinha ido para o ar, e por isso a maior parte das pessoas não sabia como é que ele jogava as mãos que tinha. Eu não sabia que ele uma vez me conseguiu bluffar numa mão, apesar de eu ainda ter pensado nisso. Mas ele é o tipo de jogador que joga muitas mãos, e falando por mim acontece que ele foi muito afortunado quando contra o meu AT fez dois pares com T3 off-suit. Eu dei call até ao river. E houve uma mão em que ele teve bastante sorte, porque o flop veio de uma maneira perfeita para ele fazer bluff. Porque a minha estratégia era dar-lhe call a menos que estivessem 4 cartas para straight na mesa. A jogar como ele, às vezes tem-se sorte e outras vezes não. Por outro lado, ás vezes é a maneira certa de se jogar. Jogar um poker agressivo e mais mãos do que o normal, porque podemos começar a ser rotulados como ultra-tights. Por isso ele vê muitas mãos, e raisa ocasionalmente com J7 off-suit e de certa maneira é a jogada correcta; porque se ele é o chipleader está a colocar pressão nos adversários sem ceder qualquer tipo de informação acerca das suas cartas. Por isso é a jogada correcta.

Outro factor que é bastante dificil perceber quando vemos poker na TV, são o valor das blinds e a stack de cada jogador. E isso é informação crucial, e se eu produzisse um programa de poker assegurava-me que essa informação estava sempre presente. É como assistir a um jogo de futebol sem saber o resultado, ou onde estão os jogadores. E isso afecta tudo acerca de como o jogo é jogado! E as pessoas têm mesmo de prestar atenção a isso. E quem me dera que mostrassem mais isso na TV. É muito diferente enfrentar uma aposta de mil fichas, se existem 5 mil ou 10 mil fichas no pot. E isso é uma diferença crucial, que não é muito destacada nos programas de TV.

E: Uma coisa que eu gostaria de referir, é que quando assistimos a um programa de poker na TV, 90% do episódio mostra pessoas a jogarem um poker short-stack. Isto é verdade?

AB: Sim, depois da 1ª temporada o WPT decidiu que teriam uma estrutura pré-definida de blinds para todas as mesas finais. Isto aconteceu porque na 1ª temporada existiram torneios que demoraram 8 a 12 horas a serem terminados e outros que demoravam 3 ou 4 horas. E eles queriam terminar tudo dentro de 4 a 6 horas. E uma das razões (com a qual não concordo) é que torna-se mais fácil produzir um programa coeso com um torneio desse tamanho, e que dessa maneira a própria emissão se tornava bastante mais excitante com todos os all-ins que iriam existir. E penso que isso é mesmo um enpecilho para a comunidade de poker, porque não é assim que o poker é jogado. Sim, é verdade que um torneio acaba nesses níveis. Mas se virmos as primeiras emissões do WPT, talvez os jogadores tenham ajudado, mas houve muita acção e momentos excitantes nesse jogo. E todos os jogadores que participaram, excepto uma pessoa que não se deu muito bem em futuros eventos WPT, eram profissionais. Tinhamos o Howard Lederer, o Phil Ivey, o Layne Flack, eu próprio e o Ron Rose. Aquilo era uma grande estrutura para nós! Já não conseguimos jogar esse tipo de torneios, já não se vê isso no WPT. Verão no WSOP, eles têm uma excelente estrutura de mesa final, e isso será uma grande diferença acerca de como os jogadores irão jogar o torneio.

E: Por isso em suma, antes de tentar imitar o seu maniac preferido da TV digamos numa mesa de cash game, leia um livro ou dois e mentalize-se de que o que vê está a ser referente apenas aquela mesa.

AB: Sim, leiam 1 ou 2 livros. Vejam DVD's... e estudem e aprendam, para saberem identificar aquilo que estão a ver.

7.1.10

A Jogada Squeeze


Quando o caro leitor se encontra a jogar um torneio, deverá estar sempre a arranjar maneiras de conseguir fichas. Não pode simplesmente ficar sentado à espera de ases ou reis, e esperar que dobre a sua stack quando tiver este tipo de mãos. Uma das melhores, e mais populares, maneiras de obter fichas é implementar uma jogada ao seu reportório: a jogada squeeze.

Uma típica jogada squeeze funciona assim: um jogador activo e agressivo raisa de uma posição final, e recebe call de outro jogador no botão. Você está nas blinds, e tem de descobrir o que fazer.
Não existe nenhuma indicação real de que alguém tenha uma mão particularmente forte. O jogador agressivo poderá estar a raisar com um range alargado de mãos, e o call do botão pode significar muitas coisas. Ele pode ter uma mão média, ou pode até estar bastante fraco e deu call apenas para dar uso à sua vantagem posicional.

A esta altura, um grande re-raise das blinds irá efectivamente "espremer" (squeeze) o jogador que abriu o pot com o raise, que está entre si e o jogador no botão. O seu re-raise agressivo dá-lhe grandes probabilidades de vencer o pot logo ali, em pré-flop.

Os bons jogadores utilizam apenas a jogada squeeze ocasionalmente. É apenas uma ferramenta que usam de vez em quando. Mas recentemente, a jogada squeeze tornou-se bastante popular. Às vezes parece que sempre que existe um raise e um call, existe um jogador nas blinds a fazer o squeeze.

Eu prefiro ser um pouco mais selectivo quando faço uma squeeze. Gosto de ter uma mão que pode acertar flops, se por acaso levar call. Falando por experiência própria, suited connectors são boas mãos para efectuar um squeeze.

Penso que esta jogada é muito mais bem sucedida quando se tem uma imagem tight na mesa. Quando se joga agressivamente, é pouco provável que os outros jogadores na mesa lhe dêem crédito por uma mão forte e irão facilmente dar call.

Pode tentar a jogada em cash games, mas é muito mais eficaz em torneios. Quando os adversários vêem a sua continuação no torneio em risco, mais facilmente foldam mãos em situações marginais. No cash game sempre podem carregar novamente e continuar a jogar.

Se ainda não utilizou a jogada squeeze, devia adaptá-la ao seu estilo de jogo de torneios. Começe por "espremer" selectivamente, e espere por oportunidades onde os jogadores/cartas/imagem de mesa lhe oferecem as melhores probabilidades de vencer o pot.

por Lee Markholt