4.6.09

Poker: Uma visão psicológica.

O caro leitor deverá estar neste momento a pensar: está bem, lá vamos nós outra vez para aquelas tretas do costume que apenas ajudam a baralhar os principiantes. Também já me disseram muitas vezes, o ínicio é apenas remetente a uma aprendizagem e interiorização das regras de jogo e a uma exposição constante a situações de jogo, de maneira a tornar o jogo uma prática constante. Percebo isso. Respeito isso. Mas ponto número um: apesar deste blog ser maioritariamente dirigido a principiantes, também é muito útil a jogadores experientes. Ponto número dois: lembram-se do ponto de vista que expûs ali em cima? Está totalmente errado.
É irónico, este ciclo vicioso. As pessoas têm tendência a esquecer certos factores e depois atribuem a culpa a coisas que, muito provavelmente,  nunca entraram na equação. Eu reprovo e defendo o contrário da opinião descrita em cima.
A psicologia, apesar de parecer algo muito aborrecido e fútil, é um dos principais caminhos para vencer um jogo de poker. Já se esqueceu de como este jogo é complicado, caro leitor? Não se podem alterar as mãos, trocar de cartas. Daí ser necessário 99% das vezes encontram maneiras alternativas, mas válidas, de levar a melhor aos adversários que nos enfrentam nas mesas. Para isto acontecer, não basta saber os rankings das cartas, ter uma boa selecção inicial de mãos ou calcular probabilidades. Estas são características básicas que todos podemos melhorar e treinar, no entanto, existe algo que nasce connosco e que já não é tão fácil de evoluir: a nossa forma de ver os outros. A psicologia é, sem sombra de dúvida, uma componente fulcral num bom jogador, e por isso deveria ser interiorizada desde o primeiro momento em que se toca numa ficha.

Isto porque a teoria não é tudo, sabemos bem disso. Um bom jogador de poker, deve no fim saber reclamar vantagem, ser obcecado pela vitória, possuir um controlo extremo das suas emoções, ser brutalmente realista e concentrado, pensar de forma clara, saber facilmente admitir o próprio erro, aceitar a responsabilidade, desvalorizar conflictos, adaptar-se às mudanças de jogo e ser bastante selectivo quando se torna agressivo.

Para o caro leitor ver como esta componente é importantíssima, Alan N. Schoonmaker escreveu um livro intitulado "A Psicologia do Poker", onde abertamente descreveu os principais erros do jogador de poker:

"Os nossos pecados mortais são:
a) pouco controlo pessoal
b) negar a realidade
c) sermos impacientes
d) focarmo-nos em nós próprios e não nos outros
e) lidar com as nossas emoções
f) pouca concentração
g) rigidez
h) educar os adversários
i) tentar ficar quite com alguém
j) culpar a sorte"

E então? Ainda considera a psicologia uma componente fútil para este jogo?

por André Leitão

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