Recentemente, no evento da World Poker Tour no Mirage, um adversário lançou-me um "duplo bluff"; e fez com que eu desistisse da melhor mão. Aconteceu no início do torneio, e eu estava na última posição. O meu adversário, um profissional cujo jogo respeito, aumentou a partir de uma posição inicial e eu acompanhei com o meu . O flop foi . O meu adversário apostou, e eu acompanhei. No turn saiu uma carta pouco interessante, e o meu adversário apostou muito forte.
Eu estava numa situação difícil. Era o ínicio do torneio, e eu não queria pôr todas as minhas fichas em jogo com uma mão daquelas. Eu tinha quase a certeza de que o meu adversário não iria lançar uma aposta daquele tamanho sem ter ou . Mas com uma mão como essas, ele deveria preocupar-se em estar batido; e tentaria chegar ao showdown o mais barato possível. Cheguei então à conclusão que ele ou teria uma mão muito forte - como um trio de valetes - ou então não tinha nada de especial.
Eventualmente, acabei por fazer fold ao meu par de ases. O meu adversário mostrou então .
Dei ao meu adversário muito crédito, pois jogou a sua mão muito bem. Ele tinha um bom sentido do máximo que eu estava disposto a arriscar na altura. A sua jogada ilustra a consideração mais importante que se tem de ponderar quando nos questionamos se devemos continuar com o bluff: O estado do nosso adversário.
Se o caro leitor está a jogar contra um adversário que não estará disposto a jogar sem ter um agrande mão, disparar uma 2ª bala poderá forçá-lo a fazer alguns maus folds. No entanto, para isto funcionar é necessário estipular o preço que o adversário estará disposto a pagar, e depois apostar mais do que ele supostamente poderá aguentar. Na mão que discuti acima, o meu adversário colocou um preço que eu não estava disposto a pagar.
Ás vezes, um jogador atrevido poderá arriscar e fazer call a todas as apostas com alguma coisa, como por exemplo um segundo par. É preciso perceber que ele está a tentar passar pela mão desta maneira, e depois disso, eleve as suas apostas a um preço que ele não possa pagar.
No entanto, se estiver a jogar contra um tipo que tem a coragem de fazer call a qualquer aposta, com qualquer mão; talvez seja melhor recuar um bocadinho, e esperar até flopar uma boa mão.
O mais importante é conhecer o seu adversário. Se estiver atento à sua mesa, e apanhar as tendências de cada um, irá encontrar muitas oportunidades de fazer bluffs de dois tiros.
Gostaria de acrescentar por conta própria, que defendo mais este tipo de bluffs em cash games do que em torneios. Nos cash games sou apanhado, faço um re-buy e possivelmente; uso a informação que conheço e que dei a meu favor para recuperar o meu erro. No entanto num torneio se cometo um erro destes... é o fim da aventura para mim.
Á medida que o seu jogo No-Limit evolui, estude os seus adversários e identifique aqueles que são vulneráveis aos bluffs no turn. Enquanto desenvolve esta perícia, irá apanhar alguns pots chave tornando-se assim num jogador mais rentável.
Por Greg Mueller
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