Roger Caillois, "O Jogo e os Homens" - 1967
É crença comum que o Poker é um jogo de azar, isto é, baseado principalmente na sorte. Nada poderia estar mais errado! O facto de ser jogado, essencialmente, a dinheiro não quer dizer que o Poker seja comparável à Roleta ou às Lotarias. Existe, certamente, uma componente de sorte, mas, com o tempo, o melhor jogador acaba por vencer, tal como acontece no Backgammon ou o Bridge.
Acreditem e não se precipitem, para não serem logo depenados mal assimilem as regras, pois acabariam por amaldiçoarem a má sorte e não vocês próprios. É preciso entrar muito lentamente no mundo do Poker, com humildade, estudar gradualmente o seu funcionamento e, apenas quando nos sentirmos verdadeiramente prontos, arriscar um pouco. O sábio doseamento de habilidade e sorte é o indregiente comum ao Poker ao Backgammon e ao Bridge.
O Poker vai mais além: é o único jogo que reúne em si as quatro "pulsões" do lúdico, individualizadas e magistralmente descritas por Roger Caillois na sua obra Os Jogos e os Homens: Agon (a habilidade, o espirito de competição), Alea (a sorte), Mimicry (a máscara, que no Poker se concretiza principalmente no bluff) e, finalmente, Ilinx (a vertigem, com rios de adrenalina a correr durante as apostas).
Dario De Toffoli
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