13.9.10

Em Queda Livre


Boas noites, caros amigos jogadores. Bem, este update no meu blog não é nada positivo... mas também não sou daqueles que só mostra as coisas boas deste jogo. A variância bateu-me à porta à uns dias, não lha abri e decidiu entrar pela janela. Está cá em casa à cerca de 4 dias, e não me deixa fazer nada de jeito. Perco com AA, KK, QQ, perco corridas, perco 60-40's, perco draws, não acerto flops e levo suckouts enormes. Têm sido assim os meus últimos 4 dias, do pior que existe. No entanto ela anda a dizer que está de saída para a casa do Pokerov, diz que ele anda a varrer demais e que já é altura de acabar a brincadeira :p

Brincadeiras à parte, o que me tem salvo é ganhar uns trocos no rush poker e o bónus de $100 que recebi pela FullTilt à uns dias e ando a desbloquear. Portanto, feitas as contas no final o que seria um prejuízo de $110 acabou por ser apenas de $50. No entanto a queda foi mesmo livre, espero que o páraquedas abra antes de eu tocar no chão.

por André Leitão

5.9.10

Mas afinal, o que significa ser Profissional?

Hoje em dia, os profissionais de poker enfrentam os mesmos dilemas que um jogador de futebol, actor ou músico famoso. Com a entrada do poker televisivo, da expansão das salas de poker on-line e com a vitória de Chris Moneymaker nas WSOP de 2003 o poker expandiu-se por todo o globo levando a todos o grande sonho de serem jogadores vencedores. De repente, o Rio viu a sua folha de inscrições encher astronómicamente com a participação de jovens de óculos de sol, inspirados por a vitória de Moneymaker e pela cena final de Rounders - A Vida é um Jogo. E num abrir e fechar de olhos, o que era fácil para alguns tornou-se dificil - e o que era dificil para outros tornou-se fácil. Uma reviravolta que em nada afecta quem lê isto, somos jogadores de poker e estamos habituados a reviravoltas ou não?

Mas o que faz de alguém ser profissional neste jogo? Teremos bem assente esta definição? Por definição do senso-comum, o profissional é aquele que faz algo que poucas pessoas conseguem fazer: é um priveligiado. Tem um dom em algo específico que usa para seu benefício, tendo assim vantagem sobre outros. E isto aplica-se fora do poker. Peguemos no caso do Mourinho por exemplo: um verdadeiro profissional. No entanto, todos sabemos que esta definição é incoerente ou, digamos, incompleta tendo em vista o modo como é empregue e utilizada por nós e pelos media.

Passemos para o poker: quantos profissionais conhecemos - e de salas grandes - que têm a conta negativa, que mostram incoerências no seu jogo, que mostram perdas abismais? É que parece que ultimamente, a missão dos media é simplificar este jogo - passando a imagem de que é algo simples, e "dinheiro garantido" - e à profissionais que levam isto à letra. Variância à parte, que todos já sabemos como isso funciona: mas então um profissional não tem de mostrar resultados positivos? Não tem essa obrigação, para se superar a si e provar que merece tal distinção perante os outros? Pegando novamente no caso de um treinador de futebol de alto nível - se ele em meia época perder todos os jogos... é despedido como todos os outros. É profissional, está a receber por o ser e se não mostra resultados... perde a distinção. Isto não acontece no mundo do poker profissional. Porquê? Porque neste mundo a imagem vale mais do que o dinheiro. Chris Moneymaker transformou $39 em milhões, ganhou contrato com a PokerStars e tornou-se jogador profissional. E depois disso, como está o seu palmarés? 0. Ora, estamos em 2011 ele ganhou a "lotaria" em 2003 e é só fazer as contas. Viaja "gratuitamente" para as Bahamas para jogar o PCA, joga todos os anos o Main Event das WSOP e roda todos os LAPT. Gus Hansen está a perder $2.300.000 desde o inicio deste ano, é a variância que tem culpa aqui? Não me parece.
Focando-nos mais em termos de imagem, Phil Helmuth por exemplo - que é patrocinado pela Unibet - é chamado aos programas de cash game não pelo seu jogo, mas sim pelas suas "explosões" quando a mão não resulta a seu favor, ou quando algum jogador segundo a sua concepção não fez a melhor jogada. Em todos estes programas (Poker After Dark, The Big Game, High Stakes Poker, etc) Helmuth sai sempre com ganhos negativos ou mínimos - ele próprio reconhece que o cash game não é a sua melhor vertente. No entanto, na vertente de torneios ninguém pode questionar a sua profissionalidade: as 11 braceletes ganhas nas WSOP são provas disso. O que eu quero salientar no exemplo do Phil, é que apesar de ele não ser um bom jogador de cash é o primeiro na lista "Jogador a serem chamados para o programa de segunda".
Estes são casos de pessoas que jogam poker em limites altíssimos, e são considerados profissionais naquilo que fazem. Mas muitos deles, não apresentam resultados dignos de tal distinção - corrompendo assim a pura definição de "profissional". Como sempre, existem excepções - como o caso de Phil Ivey e de muitos outros - mas deixemo-los de parte, e concentremo-nos neste problema especifico.
Para mim, alguém que jogue em limites médios e que tenha uma boa média de $+ por mês é um profissional de poker. E para vocês? Capacidade versus Imagem, qual escolhem? O que é para vocês um profissional de poker? Dando previamente a minha opinião, deixo aberto o debate.

por André Leitão

4.9.10

Downswing horrível recuperada





Sofri à cerca de 3 dias uma downswing horrível, perdi cerca de 12 sits seguidos o que resultou num prejuízo de cerca de $60.5. Não há muito a dizer, sempre que tinha jogo alguém tinha melhor e levei bastante pancada em flips e situações em que estava a dominar. A exemplo aqui fica uma bastante divertida (para vocês, não para mim) em que eu tenho KQ raiso pré-flop - não vou mencionar stacks, bets e afins porque o que quero contar mesmo é a mão - e um individuo que pensa saber jogar poker faz call. No flop vem QJJ, eu faço cbet de 1/2 do pot (o meu standart de cbet) e ele dá call. Turn: J. Eu com fullhouse dou all-in e ele dá call. Tinha o J, dizem vocês espantados. Não! Quem me dera que ele tivesse o J, fazia poker e até era uma mão bonita. Tinha AT off, sem nada! E agora dizem vocês: então boa, ganhaste a mão André! Ao que eu respondo: não. E o que vocês perguntam logo? Bateu-lhe o A no river e fez full mais alto, que azar. Não! Quem me dera que tivesse sido isso, era uma bad beat mas não tão dolorosa como a que aconteceu. O que aconteceu foi pior! E vocês com ar intrigado perguntam: deixa-te de tretas e conta o que aconteceu. Tudo bem, o river traz outro J fazendo poker de J na board e ele venceu o all-in com o A kicker... so sick.

Mas pronto, entre badbeats e river marados lá consegui trepar novamente até aos $300, $304 para ser mais exacto. Irei postando novidades acerca de como está a correr a evolução da minha banca e do meu jogo.

PS: Treino de push/fold na buble no SnG Wizzard = muito bons resultados :)

Cumprimentos,
André Leitão