17.3.10

Mantenha o Pot Pequeno

O poker é um jogo de decisões. Algumas decisões são bastante fáceis de tomar, enquanto que outras não o deixarão dormir caso a coisa corra mal. Pela experiência que tenho, quanto maior é o tamanho do pot, mais difícil será a sua decisão. Inversamente, quanto mais pequeno fôr o tamanho do pot, mais fácil é a decisão a tomar.
É por isso que, particularmente nos torneios, o caro leitor irá querer manter o pot pequeno quando tem uma mão marginal. Não quer estar numa decisão que ditará o destino de todas as suas fichas, quando apenas tem algo como um top pair com um kicker médio. É preciso evitar essa situação o mais possível. Por isso lembre-se que às vezes é melhor manter o pot pequeno fazendo check ou call do que começar a construir um pot enorme, mesmo que esteja em vantagem a certa altura da mão.

Deixe-me dar-lhe um exemplo de uma mão que joguei na WSOP do ano passado. Estávamos nos níveis iniciais do torneio, e eu estava no cut-off com K-J. Todos foldaram até mim, dei raise e levei um call do botão. Ambas as blinds foldaram, e estavamos head's up no flop.

O flop trouxe J-9-3 com dois ouros. Sim, eu tinha top pair com um kicker forte, mas com uma straight e flush draws no flop não estava com muita vontade de ir à loucura com aquela mão. Por isso dei check, e o villain aposta cerca de 2/3 do pot.

Um check iria obviamente tentar o meu adversário a fazer bluff neste spot, especialmente se ele me dava uma mão como AK ou AQ. Com um bluff ou um draw que seria a mão mais provável do villain, eu fiz apenas call.

O turn trouxe um inofensivo 5: não era ouro e pouco provável que ajudasse em alguma coisa o villain. Mais uma vez, eu decidi controlar o tamanho do pot e dei check mais uma vez. Se eu apostasse e o botão tivesse um draw de monstro, havia uma boa hipótese de ele fazer re-raise sobre a minha aposta para me tentar forçar a sair da mão. Eu gostava da minha mão ali, mas não era o suficiente para apostar tudo.

Depois de eu dar check, o villain sai-se com outra aposta, à qual dei call. O river trouxe um 2 que não era ouro, querendo dizer que nem o flush nem a sequência foram completadas. Confiante que tinha a melhor mão, decidi na mesma dar check no river.

Porquê? Bem, existia uma pequena hipótese de o villain ter feito um set ou dois pares algures no percurso da mão - e é melhor fazer check/call neste pot do que dar de caras com uma decisão dificilima por muitas fichas se ele der re-raise. Caso ele não tenha nada, fazer check poderá induzi-lo a tentar fazer um bluff no river.

Aconteceu que o botão deu check logo a seguir ao meu, e eu venci o pot com o meu KJ. Não ganhei um grande pot com essa mão, mas também não perdi um grande pot. As decisões que tomo na última carta tornam-se significativamente mais fáceis quando eu controlo o pot e o torno pequeno.

por Jennifer Harman

11.3.10

Intervalo

Caros leitores, eu sei que o blog não tem sido actualizado com tanta regularidade. Isto deve-se ao trabalho físico e mental que tenho tido na faculdade, e por isso peço a vossa compreensão. Sempre que tiver um tempinho poderei postar um ou outro artigo, mas a verdade é que também nesse campo ainda não li nada novo que me cativasse a postar aqui no blog. O poker também tem ficado um pouco de parte, a 1ª devido a um descanso que eu estava a precisar: depois de alguma análise estatística apercebi-me de que não estava a jogar o meu A-Game. Isto, muito provavelmente, foi devido à grande quantidade de horas que estava a fazer de jogo por dia. Daí este intervalo, para recuperar forças e racionalidade que não deixam cair um dos meus melhores trunfos: não cair em tilt. A 2ª é, mais uma vez, o tempo. Não tenho tido muito tempo para jogar SnG's, e como não sou jogador de cash... nada feito.
Este post é simplesmente para vos lembrar que este blog não está, nem nunca irá estar morto. Simplesmente existem alturas em que a actualização não é tão grande. Não deixem de visitar este vosso espaço, este fim-de-semana conto colocar um artigo bastante interessante. Quanto às actualizações, não estranhem as demoras.

Grande abraço,
André Leitão