29.12.09

As mãos que quer jogar... mas que não deve


Até mesmo os melhores jogadores de poker do mundo cometem erros, e quando esses erros não são corrigidos transformam-se em falhas que poderão facilmente afundar o seu jogo. Existem duas falhas em particular que eu vejo com muita frequência no que toca às mãos iniciais que as pessoas jogam mas que deviam ter desistido.
A primeira falha refere-se a jogar mãos que facilmente se encontram dominadas. A dominação de mãos no Texas Hold'em significa a morte do artista, por isso deve-se fazer um esforço e desistir de mãos que estão provavelmente dominadas pré-flop se outro jogador deu raise.

Este conceito gira à volta do livro de David Sklansky "Gap Principle", que basicamente diz que o range de mãos com que estamos dispostos a fazer raise deve ser mais aberto do que o range de mãos com que estamos dispostos a dar call.

Por exemplo, se toda a gente desiste até mim e eu tenho KQ off-suit no botão, eu vou dar raise. É provavelmente a melhor mão, e ainda tenho hipótese de roubar as cegas. No entanto, se um jogador numa posição média faz raise pré-flop, eu desisto do KQ sem pensar duas vezes. Aquele KQ é uma mão que facilmente está dominada contra o range de mãos com que o meu adversário faria raise numa posição média, tais como AK, KK, AA, QQ e AQ. Existem mãos que simplesmente são muito dificieis de serem batidas apenas com um KQ, e se ambos formos ver um flop e acertarmos um par... eu poderia estar em sérios apuros e perder toda a minha stack.

Para mostrar melhor o que quero dizer, e como uma mão dominada é algo mesmo terrível no Texas Hold'em, aqui está uma visão matemática do porquê de uma mão teoricamente poderosa, se dominada, é pior do que jogar quaisquer duas cartas. Digamos que o meu adversário faz raise da mesma posição com AK e tudo folda até mim, e tenho 7-2 fora de naipe - a pior mão do poker. Se der call, tenho 35% de hipóteses de vencer a mão.

Mas agora vamos supôr que eu tinha AQ no botão contra o mesmo raise do AK. A minha mão apenas tem 25% de vitória, o que é significativamente pior se eu tivesse um 7-2.
Não é fácil dar fold a AQ apenas com um raise pré-flop, mas se o raise veio de uma posição inicial e o caro leitor tem razões para acreditar que o seu adversário tem uma mão premium, AQ poderá estar facilmente dominada.

Já agora, aponte mentalmente o seguinte conjunto de mãos: KQ, QJ, QT, KT, KJ. Estas são as mãos que deverá foldar se o seu adversário abrir um pot com um raise.

Outra falha nas mãos iniciais é dar demasiado valor a mãos do mesmo naipe. Vejo jogadores a jogarem A5 de copas, ou 87 de espadas - e jogam estas mãos porque pensam que poderão flopar um flush. Na realidade, com duas cartas do mesmo naipe, em 121 tentativas apenas em 1 flopamos um flush. Isso significa cerca de 0.84% das vezes. Não acontece com muita frequência. E mesmo quando acontece, não é muito provável que ganhe um grande pot.

Se comparar um A5 suited com um A5 off suit contra o range de mãos que o seu adversário poderá ter, o A5 suited apenas ganha por 2 ou 3%.
Por isso, não se deixe enganar pelas mãos do mesmo naipe. Apenas porque a mão é suited, isso não quer dizer que seja jogável. O rank das cartas é muito mais importante do que os seus naipes.

Quando tomar as suas decisões pré-flop, se conseguir resistir à tentação de jogar mãos facilmente domináveis e cartas medíocres do mesmo naipe, penso que terá uma evolução muito mais lucrável a longo prazo.

por Phil Gordon

26.12.09

Sessão de 6 horas na FullTilt Poker... e com o Steve Wong!

Ontem fiz uma sessão de cerca de 6 horas na FullTiltPoker jogando Sit n Go's de $2,20 e cash games de $0,02/$0,05 com a excepção da mesa do profissional Steve Wong, que era de $0,01/$0,02.
A sessão correu bastante bem, terminou com $13,50 de lucro nos SnG e $2,27 no cash (que correu horrivelmente mal - sim, quis reforçar o sentido da palavra horrível).
Lá no meio das micro stakes de cash encontrei a mesa do Steve Wong (Jogador Profissional da FullTiltPoker) e entrei na lista de espera. Tive a oportunidade de lhe roubar uns valentes cêntimos com trio de valetes e com um bluff com KT off. Pena mesmo a mesa dele ser do limite mais baixo possível, a $0,01/$0,02 - estava ali mesmo so pa jogar com o Wong, o resto do cash foi tudo jogado a $0,02/$0,05 e a $0,05/$0,10. Nota para uma situação caricata: agora apanhou-se muito a mania de chamar aos outros patos, e parece que os microstakers, fartos de serem tratados por tal nome, começaram a utilizar também esse comentário. Numa mão em que apenas tive de pagar 10 cêntimos para ir ver o river apanho trio de 9's. O turn trouxe um possível flush, que assustou de caras o meu adversário (que quase que a tremer fez check até ao river). No river faço value bet, ele pensa e dá call com par de reis. "Que call mais feio" penso eu, enquanto que ele no chat me chama de pato. Está bem, pronto, eu aceito. Ele chama-me pato por eu jogar bem, e eu fico com o dinheiro dele. Bom negócio.

A sessão foi toda acompanhada no meu twitter, e terminou por volta das 6 e meia da manhã. Pelo meio houveram grandes jogadas, muitas bad beats e muito divertimento: em suma, houve poker. Hoje não sei se volto a repetir a façanha, talvez o faça.

Em baixo deixo um gráfico que demonstra a evolução da minha bankroll na FullTilt e PokerStars, deixo videos das duas jogadas com o Wong e algumas screens.

Continuação de umas boas férias, com muito poker à mistura!

por André Leitão

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24.12.09

Uma Modalidade Mal Compreendida

É uma modalidade mal compreendida, principalmente pelos jogadores amadores que acabam por influenciar - e mal - outras pessoas que pretendem aprender a praticar a modalidade.
No outro dia, no decorrer de uma conversa com um colega meu - que adora jogar - defendia ele uma teoria bastante interessante. Dizia que não compreendia a existência de profissionais no poker, devido à variância que existe no jogo. Afirmou que até ele mesmo era capaz de vencer um profissional de alto nível, como por exemplo o Phil Ivey. Bom, é óbvio que a sua ignorância neste assunto é imensa, e passo a explicar o porquê de a sua teoria estar totalmente errada. Ah, e também existem argumentos do género: "Se um 7-2 pode vencer um AA com um bom flop, como podemos falar de habilidade e experiência no poker? É única e simplesmente uma questão de sorte!"

É verdade que qualquer pessoa - sim, mesmo uma que tenha acabado de aprender poker à 5 minutos - é capaz de se sentar a uma mesa e ganhar um torneio. Afinal de contas é por isso que o poker é uma modalidade tão intensa: qualquer um pode vencer. No entanto não é aqui que se vê o quão bom é um jogador de poker.
Quantas vezes, senão sempre, vemos alguém vencer pela primeira vez um EPT ou até mesmo uma WSOP e ser denominada pela imprensa e, no fundo também pela população geral, como o novo prodígio do poker? O quê, por ter ganho um torneio? Acham isso justo?
Quantas vezes já não foram eliminados de torneios por pessoas que sabem muito menos do que vocês acerca de poker? Isso significa que por vos terem eliminado, são melhores do que vocês? É claro que não.

Vamos lá esclarecer então este dilema: se têm o mesmo pensamento que as pessoas de que falei no ínicio do artigo, compreendam de uma vez por todas que o poker é um jogo de longo prazo! Um bom jogador não se vê por ganhar um torneio, nem pelo dinheiro que faz num dia, numa semana, ou num mês; mas sim em anos.

Pegando na analogia do primeiro caso: podemos sentar-nos com um profissional e vencermos? Sim, podemos. Mas repetindo essa experiência várias vezes, acreditem que iam vencer 2 torneios e o Phil Ivey ia vencer 10, 20 ou 30. O poker não é uma modalidade para ser vista ou analisada a curto-prazo; tal análise resultaria em informação inválida e enganosa tendo em conta a variância imposta pela modalidade.

É por não perceberem este lado do poker, que muitos patos dão call a raises com 7-2, 10-2 ou 5-3 simplesmente porque têm curiosidade em ver se bate uma sequência, um duplo par ou até mesmo um par. Não percebem que a essência do poker não é acerca de vencer uma mão específica, mas sim maximizar ao máximo o valor de cada mão que se joga. É óbvio que ao jogar um 10-5 fora de naipe posso fazer um duplo par, um fullhouse ou um poker - no entanto um bom jogador sabe que esta mão tem muitas poucas probabilidades de estar na frente, e por isso descarta-a. Percebe que se jogar esta mão 30 vezes, vence 1 ou 2 potes - e isso não é uma jogada lucrável a longo prazo.

É tudo uma questão de longevidade, e os grandes jogadores mundiais são profissionais exactamente porque mostraram ao longo dos anos excelentes resultados e lucros incríveis. É por isso que são distinguidos entre os demais, e aproveito já agora para destacar Johnny Chan que venceu duas WSOP seguidas, e na 3ª ficou em segundo lugar. Isto sim, é um profissional de poker - e dos mais temidos dos circuitos.

Portanto, aconcelho a quem é novo nesta modalidade a estudar bastante (podem consultar os livros mencionados na secção "Books" da pagina inicial do Poker Kings), porque isto está longe de ser um jogo de azar. Se não era isto que esperavam, o blackjack, a roleta ou o bingo são opções bastante viáveis.

por André Leitão

PS: O Poker Kings deseja-vos um feliz Natal e um próspero 2010!

22.12.09

O Gerenciamento do Saldo

Se quer continuar na acção - ou seja, a jogar regularmente - tem de saber gerenciar muito bem a sua bankroll. O poker está recheado de altos e baixos, e se não tratar bem da sua bankroll irá acabar no lado de fora - a ver em vez de jogar.
Não existe nenhuma estratégia de gerenciamento de saldo no mundo que transforme um jogador perdedor num vencedor. Mas existem vários jogadores excelentes de poker que estão na falência porque não gerenciam bem o seu saldo. Não conseguem sobreviver a uma sequências de derrotas porque jogam em torneios muito altos.
Vou-vos dar uma estratégia de gerenciamento de saldo que vos manterá a jogar se forem jogadores vencedores, e que manterá os jogadores perdedores a jogar em limites baixos até que ganhem esses limites. E se ganhar nesses níveis de jogo, então poderá subir para outros mais elevados.

É importante perceber que a sorte e a variância são uma parte fundamental do poker. Não interessa se o caro leitor é um grande jogador, irá sempre perder. Na verdade, ocasionalmente terá sequências de derrotas - e por muito mais tempo do que as pessoas pensam.
Até mesmo os melhores jogadores do mundo não esperam vencer mais do que 60% das vezes. Isso não significa que vão ganhar 2 torneios e perder 1; ganhar 2 e perder 1, ganhar 2 e perder 1... O poker é, por natureza, inconsistente. O caro leitor vai passar por longas sequências de vitórias. Existem jogadores que vencerem 30 torneios seguidos, o que é muito impressionante. Mas, ao mesmo tempo, o mesmo jogador pode perder 15 ou mais torneios seguidos.

A minha estratégia de gerenciamento de saldo para torneios divide-se em duas fases:
1- Sit n' Go de 1 mesa
2- Sit n' Go e torneios de múltiplas mesas

Para jogar um Sit n' Go de uma mesa a regra é simples: nunca pague um buy-in de mais do que 5% da sua bankroll. Para o Sit n' Go e torneios de múltiplas mesas, a regra é de 2% da sua bankroll.

Estas regras são rígidas, e nunca devem ser violadas. Por exemplo, se vir um torneio com adversários muito fracos ou com uma prizepool bastante tentadora, mas que ultrapassa a regra da sua bankroll não entre nele. É muito perigoso, e você poderá de facto ser melhor do que os outros jogadores; mas o poker tem tanta variância que o risco não vale apena.

Muitos jogadores de poker quando estão numa fase de derrotas, ficam frustrados e vão para torneios mais altos. Isso é a pior coisa que se pode fazer. O que as minhas regras de gerenciamento de saldo dizem, é que se deve descer de buy-in se estiver numa sequência de derrotas. Se entrar com 5% do seu saldo e perder 10 torneios, terá perdido metade da sua bankroll. O que significa que terá de ir para torneios com um buy-in mais baixo, e é isto que irá salvar a sua bankroll a longo prazo. Jogue torneios mais baixos onde os jogadores são mais fracos, e depois poderá regressar aos torneios mais altos.
Se estiver numa sequência de derrotas e fôr para um torneio mais alto, muito provavelmente irá perder o seu dinheiro todo. É impossível continuar a vencer utilizando essa estratégia. Umas vezes irá ganhar, e outras vai perder. Mas quando perder vai abrir falência, e está fora de jogo.

por Chris "Jesus" Ferguson

20.12.09

A Etiqueta no Poker

Na mesa a melhor coisa é ficar totalmente imperscutável, evitar comentários sobre as suas jogadas e, sobretudo, sobre as dos outros. Relacionar-se educadamente com os adversários e não se abandonar em manifestações de alegria quando se vence nem de desconforto quando se perde.
Infelizmente, nem todos se comportam assim; alguns jogadores falam continuamente em voz alta, comentam, protestam, queixam-se... por outras palavras: perturbam a partida, não se importando com os outros; por vezes, fazendo-o com intenção de perturbar os adversários, para os distrair do jogo. Em nome do bom relacionamento tendem a ser bastante tolerantes para com este tipo de comportamentos. A título informativo, tenha em consideração que se nós europeus temos do que nos queixar, a América é muito pior: numa mesa pode haver verdadeiros perturbadores, sem que ninguém faça nada para os calar.

Há outras coisas que não devem de todo ser feitas, como gestos de desconforto quando se deitam as cartas fora e depois sai um flop que teria vindo mesmo a calhar. No entanto, se a opção foi dar fold, quer dizer que havia boas razões para isso - que as probabilidades não eram a nosso favor e o facto de que, por acaso, pudesse vir a haver um bom flop não deve causar qualquer tipo de arrependimento. Se o fold foi correcto, no futuro com aquelas cartas, a opção deverá ser dar novamente fold. Depois, e ainda mais importante, os gestos de descontentamento teriam denunciado a quem ainda estava em jogo o tipo de cartas, ou seja, influenciariam a mão, ainda que nela participando, e isto seria decididamente incorrecto.

No que toca à ordem do jogo, fala-se de uma norma que em todos os casos deve ser respeitada: um jogador tem sempre de seguir a ordem do jogo - isto é, falar sempre e somente quando fôr a sua vez. Poderá, eventualmente, acontecer que esteja distraído - nada de grave, será o dealer a avisar o jogador de que é a sua vez. Contudo, isto não deve tornar-se regra: quando se joga deve-se "seguir o jogo" e agir no momento certo. Se um adversário, por arte ou por falta de atenção, sistematicamente é apanhado impreparado - atrasando a partida e tornando-a menos agradável - há todas as razões para protestar com o dealer, que o deverá chamar à atenção.
Pior ainda do que não agir na sua própria vez, é agir fora dela. Aqui já não se trata de uma questão de protocolo e respeito; falar fora da nossa vez é uma verdadeira violação das normas do jogo, porque oferece informações indevidas a quem deveria falar sem as conhecer, e isto poderá certamente, alterar o regular decorrer de uma mão. Até o simples facto de dar fold antes do jogador da direita falar pode influenciar a jogada (que fará consciente de que você já deu fold), para ira de quem se senta à sua esquerda e se sente, justamente, prejudicado. Mais, errar pode acontecer a todos (e neste caso é-se chamado à atenção para futuras apostas), mas se for apanhado alguém que o faça de propósito... impeçam-no de o fazer. Diferente é, em vez disso, o discurso dos espertinhos, que se mostram prontos a deitar fora as cartas para induzirem o jogador à sua direita a apostar, mas depois... mudam de ideias e talvez façam raise; ou vice-versa: seguram na mão fichas, para mostrarem a intenção de jogar, mas depois, fazem check no check do adversário. Estes deploráveis artifícios não devem ser utilizados. Só servem para fazer má figura e atrair a antipatia de todos.

por Dario de Toffoli

Novo Filme de Poker Filmado em Macau

Poker King é um novo filme de Poker que relata a história de dois jogadores rivais que rodam todos os circuitos de torneios. O filme é na sua totalidade filmado em Macau, e é um pioneiro dos filmes de poker dentro do mercado asiático.

Em 1989 foi realizado o "God of Gamblers" com Chun Yu-Fat que foi aclamado pela crítica. No entanto este "Poker King" é o primeiro que roda apenas à volta do poker.

Sinceramente não estou nem um pouco entusiasmado com este filme, mas a noticia tinha de ser dada. Eu cá espero por um possível "Rounders 2".

18.12.09

A Apresentação de Tom Dwan na Team FullTiltPoker

Tom Dwan, mais conhecido pelo seu nick "Durrrr" é uma lenda viva do poker on-line. Frequentador assíduo das salas de apostas altas da FullTiltPoker, Tom Dwan iniciou autênticas batalhas contra profissionais como Patrick Antonius, Phil Ivey, David Benyamine e Gus Hansen.

A equipa profissional da FullTiltPoker - constituida por nomes enormes como Chris Ferguson, Howard Lederer, Phil Ivey, Patrick Antonius ou Allen Cunningham - decidiu que seria uma mais valia adicionar Tom "Durrrr" Dwan à equipa FullTiltPro. O que é uma proeza, tendo em conta que a equipa da FullTiltPoker apenas adicionou 3 profissionais nos últimos 5 anos.

Em baixo deixo-vos a conferência de imprensa em que Tom Dwan, na companhia dos seus novos colegas, é apresentado como membro oficial da equipa FullTiltPoker.



PS: Deixo em baixo uma screen do Steve Wong (Profissional da FullTiltPoker) a jogar cash de $0,01/$0,02! Não sei o que se passa, mas ultimamente tenho visto muitos pros em todas as salas a jogar em micro stakes. Vídeos didácticos? É possível.

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16.12.09

Poker Kings homenageia João "Jomané" Nunes

É sem dúvida o pai do poker nacional. Ex-jogador profissional de basquetebol, João Nunes apanhou o bichinho do poker através de colegas seus de equipa norte-americanos. Fundou o PokerPT.com, a maior comunidade de poker portuguesa e lutou desde sempre pela afirmação deste jogo em terras lusitanas.
Pessoalmente não tive ainda o prazer de o conhecer, mas fiquei a saber dos seus feitos através do livro "Poker: Tudo o que Precisa de Saber sobre o mais popular jogo de cartas do mundo" e fiquei deveras impressionado.
Recentemente em entrevista, João afirmou que iria deixar o cargo de director para se dedicar ao poker como jogador.


O Poker Kings homenageia João Nunes pelo contributo fundamental e inesquecível que deu a toda a construção do poker português, distinguindo-o com a medalha "Poker King" na nova secção "Homenagens" que irá abrir recentemente no blog. Como sempre, o banner do Poker Kings irá seguir esta homenagem durante 3 dias.

Screen do Banner Poker Kings
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14.12.09

15º Lugar na Liga PokerPT e novo 4º lugar no SnG $3 + $0,30 KO na FullTiltPoker

Ontem joguei pela primeira vez a Liga PokerPT, e a experiência foi espectacular. Fiquei satisfeito com o poker que fiz, e sem dúvida que também flopei monstros que me ajudaram a subir a stack aos poucos. Entre eles, dois pokers: um de cincos e outro de ases (screens em baixo). O dos ases foi especial, porque como é óbvio fiz slowplay e os meus dois adversários fizeram fullhouse no turn. Fiz portanto, triple up nessa mão. Não os condeno, mas continuo a achar que deviam ter tido algum medo de pelo menos um pocketpair mais alto do que o 10.
No entanto acabei por cair em 15º lugar. O cansaço já era muito, pois meia-hora antes tinha acabado um torneio de 3 horas na FullTiltPoker. No entanto, não é desculpa e fui eliminado com uma recompensa de 13 dolares. O torneio foi ganho pelo Dr. Machine, e podem ver a notícia da PokerPT.com aqui.
O torneio na FullTiltPoker como já foi dito durou cerca de 3 horas, e novamente (parece o karma) terminei em 4º lugar, ganhando $24,75. Faço tenções de continuar a jogar este torneio - tem uma estrutura muito boa e o sistema de knockout é simplesmente fantástico.

Em baixo deixo screens do torneio Liga PokerPT.com e o histórico de torneio da FTP.

Liga PokerPT.com

O Poker de Cincos
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O Poker de Ases
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A Classificação Final
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FullTiltPoker Tournament History

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12.12.09

Bem-vindo às Micro-Stakes


A situação foi a seguinte: SnG de $2 + $0,20 na FTP, depois de um all-in de KK contra AQ fiquei reduzido a 90 fichas e aconteceu a seguinte situação. Bem-vindo às micro stakes... ou devo dizer, bem-vindo ao poker sem cabeça?
(Talvez seja preciso verem em ecrã inteiro para se aperceberem da estupidez da coisa.)

PS: Humberto Brenes a jogar Limit Hold'em $0,10/$0,20 na PokerStars - talvez para gravar algum video educacional, presumo eu. Se não fossem os 61 jogadores em lista de espera para entrar na mesa eu ainda tinha ido lá mandar umas cartadas.

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10.12.09

4º Lugar $3 + $0,30 KO Sit & Go

Joguei hoje, pela primeira vez e como experiência, o Sit & Go de $3,30 Knock Out. É por isto que adoro a FullTiltPoker. Então, o torneio está criado para 90 jogadores, e apresenta prémios para os 9 finalistas sendo que o 1º lugar arrecada cerca de $72. Como se isto não bastasse, o torneio é deep stack, isto é, as standart 1500 fichas iniciais são substituídas por 3000.
Ora, se isto torna este torneio tão apetitoso, ainda falta referir que é um torneio knockout. Explico melhor: de cada buy-in são retirados $0,50 que são o prémio de bounty - assim que sempre que eliminar-mos alguém, recebemos $0,50 de recompensa (bounty). Isto torna o torneio muito mais frenético e agressivo (mais do que a FullTiltPoker já o é).

Falando da minha prestação neste torneio, joguei muito tight no início, e soube aproveitar todas as premiums que me foram saindo ao longo das 2 horas de jogo. Dobrei cedo, eliminando dois jogadores com KK, passei para as 7,600 fichas. A partir daí foi jogo de contenção, e de aproveitar os spots. Fui subindo aos poucos e quando dei por ela estava na final table, em 7º lugar no chip count. Surpreendemente, a mesa tornou-se bastante agressiva e fui obrigado a conter-me nos shoves. Ora porque estava contra chip leaders, ora porque não compensava havendo adversários prestes a serem eliminados. A restarem 5 jogadores, fui obrigado a dar call a um all-in com A-T de ouros. O vilain mostra K9 off, e o flop faz brilhar para mim 3 ouros. Depois devido à falta de mãos de jeito, a minha stack foi sendo engolida pelas cegas enormes que se disputavam na altura. Os meus 3 adversários estavam com 60 mil fichas, e eu com K9 de copas no button tive de shovar all-in com as minhas 20 mil fichas (cegas a 1500/3000 com ante de 200). A small dá fold, e a big opta por um call com KT off, tendo-me totalmente dominado. O flop trouxe um par de ternos, turn blank, e no river um K que de nada me serviu. Foram $24.72 de prémio mais $2 de bounty que ganhei ao eliminar 4 adversários. Como sempre, deixo em baixo imagens do torneio disputado.

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9.12.09

Superar Mentalmente os Adversários

O caro leitor acha, e com razão, que é um jogador de poker sólido - o que o distingue dos loose/agressivos que assustam toda a gente quando colocam uma ficha na mesa. Joga mais mãos do que estes últimos, com vantagens como ter boas mãos, boas posições e aproveitando-se dos menos habilidosos.

Não lhe chegou uma mão jogável, e já parece que já passou uma hora quando recebe KK. Claro que o seu primeiro pensamento é: "Como irei tirar o máximo proveito deste monstro?" É aí que se dá conta que não entrou num único pot durante um largo período de tempo, e que tem uma imagem de um jogador super-tight. Portanto o dilema é o seguinte: quanto apostar? Não muito para ter acção, nem muito pouco porque não deseja muitos adversários. No jogo avançado, os seus adversários tomam nota do estilo de jogo de toda a mesa e são capazes de utilizar essa informação a seu favor. Sabem que quando entra num pot, em geral têm uma boa mão e quando faz raise ou re-raise normalmente tem um monstro (AA ou KK); e por isso chegam à conclusão que lhe tiram a si muitas fichas se atingirem um bom flop ou suited connectors. Também são muito sábios, e não têm problema de foldar AQ, AJ ou KQ.

No entanto, você também observa o que se passa à sua volta, e sabe que está a ser catalogado. Tirar proveito das suas boas mãos torna-se cada vez mais dificil. Como mudar este tipo de imagem?

Bem, existem várias tácticas:
- Baixar o range de mãos iniciais: entrar em mais pots, mas agora encontra-se a jogar igual a eles; e não tem qualquer experiência nisso. Está a jogar roleta russa com adversários habituados a saltar na corda bamba.
- Mudar o ritmo de forma subtil: fazendo raise (não call) nas primeiras ou médias posições com cartas que normalmente não seriam jogadas para tirar proveito da sua imagem.

A partir daqui poderá utilizar estas tácticas a seu bel-prazer: subir nas primeiras posições quando eles pensam que tem uma mão forte, pode ser que receba call - no entanto é muito pouco provável um re-raise. Com uma continuation bet no flop, quase sempre irá arrecadar o pot se aparecer um A ou um K. A única falha em todo este plano é que se o seu adversário não apanhar um trio ou um duplo par não jogará mais a mão. Se ele fizer raise, dê fold. Isto também é benéfico porque está a passar uma imagem de que não joga apenas mãos muito fortes.

Noutras circunstâncias, poderá pagar um raise quando tiver posição com a intenção de jogar agressivamente no flop tendo em mente um bluff, ou esperar pelo turn para roubar o pot. Nada é mais frustrante para o loose-agressive que jogar uma mão fora de posição contra um tigh-agressive que faz call no flop, e faz raise ou shove no turn. A sua imagem consegue portanto, fazê-lo ganhar pots que normalmente desistiria. Isto acontece porque você está na realidade um passo à frente do pensamento dos seus adversários quando apresenta um raciocínio estratégico e táctico superior. Os americanos chamam-lhe "out thinking your rivals".

Se continua a jogar um estilo tight-agressive sem se colocar mentalmente um passo ou dois à frente dos seus adversários, ganhará menos dinheiro e chegará a um ponto em que as suas únicas fontes de rendimento são os jogadores maus e fracos.

in Poker Hispano

6.12.09

PokerStars CUP - O torneio mais ridículo e azarado que já joguei em toda a minha vida!

No momento em que escrevo estas linhas ainda estou em tilt devido a esta minha curta participação na semi-final do campeonato universitário de poker da PokerStars.
Devo dizer que gostei bastante da estrutura do torneio, e até pelas 2 mil fichas iniciais ao contrário das tipicas 1500. Mas esquecime de um factor: o torneio estava, sem sombra de dúvida, repleto de newbies do jogo vindos dos freerolls. Honestamente, acho que as qualificações para a semi-final deste torneio deveriam ser compostas por satélites. Porque senão, uma pessoa não vai para a semi-final jogar poker: vai jogar bingo. E como perdi, perguntam vocês? De uma forma extremamente fascinante. Sabendo da existência de donkeys, joguei um jogo super tight, ou seja, apenas premiums - e ironicamente, foi isso que acabou comigo. 5 minutos de jogo, e recebo KK. Dou standart raise para 90 fichas, e um senhor/donkey de nick headhsot_26 dá all-in com A-9 off. Como é óbvio, dei call imediato e o ás bateu no flop. Levei um grande golpe, e fiquei reduzido a 890 fichas. No entanto, a jogar com cabeça era perfeitamente recuperável. Passado outros 4/5 minutos recebo AA, dou raise all-in e outro senhor de nick JMigS87 dá call com 77. Aqui não condeno o seu call, a sério que não. Ele tinha 5 mil e poucas fichas, e eu teria feito no inicio. No entanto, condeno o meu azar imenso. O terceiro 7 pinta no flop, e eu sou eliminado do torneio. Fui eliminado em duas situações, em que partia com larga vantagem: na primeira tinha 72% de vantagem e na segunda partia com 80%. Nada a que já não esteja acostumado, mas sem dúvida: o torneio mais rídiculo e azarado que joguei em toda a minha vida! Para compensar estive muito bem nos Sit n' Go's que joguei na FullTiltPoker. Ao menos isso. Deixo imagens das 2 situações em baixo que levaram à minha eliminação da PokerStars Campeonato Universitário de Poker (Semi-Final):

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3.12.09

Os Diferentes Tipos de Jogadores de Poker

As pessoas perguntam-me sempre, "Quanto dinheiro preciso para jogar num certo jogo?" A resposta usual para este tipo de perguntas é, "Depende." Mas neste caso, a pergunta é que não é correcta. A pergunta na realidade deveria ser, "Dado o meu estado emocional e financeiro, quanto posso arriscar num jogo?"

Vamos examinar estes componentes. Primeiro, o seu estado emocional. Há alguns anos atrás, o Mike Caro distingiu dois tipos de jogadores: os seguros e os aventureiros. Eu gosto de colocar os jogadores de poker em 3 categorias. Primeiro os seguros. Não gostam de correr qualquer risco, e preferem jogar a cêntimos do que correr o risco de falir. Depois vem o jogador normal. Os jogadores normais estão dispostos a correr um risco moderado se pensarem que têm uma modesta vantagem sobre os adversários. E por fim temos os aventureiros, que adoram correr riscos extremos. São o equivalente a um alpinista que tenta chegar ao topo do monte Everest. O risco que isto implica, obviamente, é perder uma grande percentagem da sua bankroll - ou, no pior dos casos, abrir falência.
Existe muita variância entre estes tipos de jogadores, e um jogador seguro poderá tornar-se num aventureiro quandop ganha, e um aventureiro poderá transformar-se num jogador seguro quando perde.

por Steve Zolotow

1.12.09

Crítica: Poker Magazine #1

Eram cerca de 16:24 da passada segunda feira quando, após uma manhã fatídica de treino na faculdade, confiro o meu mail que felizmente me lembrou que nesse mesmo dia tinha saído a primeira revista de poker portuguesa. Rapidamente voltei a vestir os jeans, apanhei a carteira e dirigi-me à paragem mais próxima para ir comprar o que considero um marco na história do poker português.
A revista é gratuita e vem em conjunto com o jornal O Jogo, ou seja: paga-se €0,80 para ter acesso à revista. Isto foi um ponto positivo.

Não pude deixar no entanto, de reparar no formato do título da revista. O caro leitor irá encontrar o máximo de semelhanças possíveis entre o blog Poker Kings (que existe à quase 2 anos) e a nova revista de poker portuguesa. A palavra Poker no topo, e magazine por baixo com o traço estiloso a separar as duas palavras; exactamente com o mesmo tipo de letra. Ora, isto apenas me deixa contente: é sinal de que há 2 anos atrás não escolhi uma estética feia para o título do meu blog.

Quanto à revista em si, eu sei que é a nº 1, mas mesmo assim: pouco material. A revista consiste na sua maioria em entrevistas a profissionais, dando ao mesmo tempo o rescaldo do emocionante EPT Vilamoura ganho por António Matias. Não quero com isto dizer que a revista está má, pelo contrário: foi uma surpresa bastante agradável e aplaudo toda a equipa que finalmente conseguiu levar este projecto avante. No entanto há que tentar publicar artigos didáticos de estratégia para ver se aumentamos o nosso número de jogadores em Portugal. Quanto aos artigos publicados, estão bastante agradáveis - explicando claramente o que aconteceu nos torneios, e não utilizando termos muito complicados para o leitor em questão.

É bom abrir uma revista de poker e conferir os resultados que os portugueses e outros jogadores internacionais têm pelo mundo fora, mas também é importante aprender truques acerca do jogo. Veremos se a revista corrige esta lacuna na sua próxima edição.