29.6.09

Jogar agressivamente é a forma de vencer

Existe um jogador de poker bastante conhecido, um homem que entra na World Series of Poker todos os anos, e que tem um talento incrível para descobrir exactamente qual a mão dos seus adversários. Mas quando decide que o adversário tem um par de valetes e sabe que a sua mão não vence os valetes, ele tenta sempre fazer com que o adversário desista da mão.

Para mim, isso não é ser agressivo... é ser estúpido. Ás vezes funciona, mas deverá o leitor apostar o seu dinheiro sabendo que o adversário tem uma boa mão? Deixe-o vencer o pot e espere até que ele não tenha grande coisa. É aqui que você pode tentar um bluff para o tirar do pot. Ou espere até achar que o tem na mão.

Toda a gente do poker pensa que sabe o que é um jogador tight, mas eu vou definir esse termo novamente porque existem muitas pessoas que confundem os termos "tight" com "sólido".

"Tight" significa conservativo. Um jogador tight é um jogador que está todo o tempo a jogar conservativamente. Mas um jogador sólido, é um jogador que joga tight até entrar num pot; mas quando entra num, torna-se agressivo. Já agora, a maior parte dos bons jogadores são sólidos.

O oposto do jogador tight, como poderá imaginar pelo próprio nome, é o jogador loose (solto). O jogador loose jogará a maior parte dos pots, e muitas vezes estará bêbado. É preciso paciência para jogar contra ele, e é necessária uma boa mão para apostar porque ele é bem capaz de fazer call com mãos extremamente fracas.

O adversário perfeito para enfrentar é o Calling Station. É parecido com o jogador loose, mas raramente aposta. A maior parte do tempo, ele apenas faz check e acompanha apostas. E se o caro leitor não fôr capaz de derrotar um homem que faz sempre check... não poderá derrotar ninguém. Os jogadores tímidos não vencem no Poker de altas apostas.

Apesar de tudo isto, eu não encaixo em nenhuma das teorias clássicas. Tenho a reputação de ser um jogador bastante agressivo com uma tendência para o loose. Mas, apesar da minha agressividade e lado loose, as minhas jogadas possuem sempre uma grande carga de racionalidade, julgamento e razão.

Por Doyle Brunson, em SuperSystem: A Course in Power Poker

28.6.09

Portugueses em Las Vegas

João "Jomané" Nunes partiu para Las Vegas, e está actualmente a escrever um blog acerca das aventuras e peripécias passadas por ele e os restantes jogadores portugueses presentes na cidade do pecado. Bem, sem dúvida que vale apena acompanhar todos estes relatórios; especialmente para quem nunca viajou para tais locais e gostaria de saber como é de facto estar no Mirage a jogar poker. Bom, para os fanáticos existe ainda o Live Report, onde tem a oportunidade de vencer prémios da Bet Fair Poker participando em passatempos lançados pelos membros da PokerPT.com.

Da minha parte, resta-me desejar boa sorte ao Jomané e a todos os restantes nesta aventura. É bom saber que o poker português está a crescer, e esperemos que para o ano ainda existam mais presentes!


Por isso em jeito de despedida deste post, boa sorte nas mesas pessoal!


26.6.09

Academia Full Tilt Poker

A Full Tilt Poker abriu uma Academia de Poker On-line com o intuito de melhorar os seus jogadores. Para alcançar este objectivo, nada melhor do que a presença de videos de grandes ícones como Chris Ferguson, Howard Lederer, Allen Cunningham, Jennifer Harman ou Erick Lindgren.

A ideia é bastante inovadora: criar aulas em vídeo destes profissionais a explicarem regras e estratégias avançadas para qualquer jogador registado na Full Tilt Poker. Depois de assistir a cada aula, o jogador terá a oportunidade de aceitar o desafio proposto pelo profissional sobre a aula acabada de assistir. Por exemplo, numa aula que fala sobre a importância na posição da mesa o desafio será algo como aumentar 1/2 do pote em late position, e ser cauteloso nas primeiras posições. Este desafio terá de ser cumprido pelo jogador, no software da Full Tilt Poker... jogando!

Os tipos de lições dividem-se em Estratégia, Jogos a Dinheiro, Torneios de Mesas Múltiplas, SNGs e cursos.


O cumprimento destes desafios levam o jogador a vencer créditos de academia, que poderá usar para elevar o seu estatuto e ter acesso gold (alguns conteúdos pedagógicos encontram-se reservados a jogadores com este estatuto), ou a gastá-los na Academy Store; onde encontrará como é presságio da Full Tilt, inúmeros artigos relativos a poker como mesas, tampos de mesa, chip sets e outros acessórios essenciais para a prática do poker.


Uma aposta sem dúvida a seguir, parabéns Full Tilt Poker!

24.6.09

Como manter a sua grande stack, sendo agressivo na mesa!

Muitos jogadores percebem a importância de ter uma grande stack num torneio. O que não percebem é como usar as suas fichas efectivamente depois de construirem uma grande stack.

O usual é quererem controlar a acção, mas a maioria não pensa em como vai mandar na mesa.
Quando sou a grande stack num torneio, tenho sempre a tendência a ser o jogador mais agressivo da mesa. O meu objectivo é eliminar jogadores, manter a minha stack grande e evitar situações perigosas.
Se eu puder criar um cenário onde sou o chefe da mesa - ou seja, onde eu determinarei o tamanho dos pots - o resto da acção torna-se fácil de ler. Eu posso roubar as blinds e se alguém me aumentar a aposta, facilmente o porei numa mão; isto porque sei que só me poderão enfrentar com cartas muito fortes.
Um dos pontos principais para se tornar um "empurrador" - como eu costumo chamar - com uma grande stack, é ter consciência do estilo dos seus adversários na mesa e o tamanho das suas stacks. Não deixe que os short-stacks tenham fácil acesso a jogadas all-in com qualquer Ás. Se voçê aumentar com uma mão como 89s e um short-stack fizer all-in, você criou uma má situação. Mesmo que tenha as probabilidades correctas para cobrir, não é o seu objectivo dobrar as fichas de ninguém.

Você também tem de saber reconhecer aqueles jogadores que não vão enfrentar um tipo agressivo, ou aqueles que estão apenas a tentar sobreviver para entrar na faixa de premiação. Existe sempre uma altura em que o jogador chega ao seu limite. É preciso que o caro leitor tenha consciência desse momento, para não dar fichas de borla sem nenhuma razão para isso, a alguém que está pronto para o enfrentar com all-in.
Ás vezes, para se ser um jogador agressivo, você tem de dar calls marginais mesmo quando não quer. Por exemplo, se sinto que o short-stack está a ir all-in com um Ás qualquer, ás vezes arrisco um gamble, mesmo que saiba que ele está à minha frente em pré-flop. Se tenho algo como AQs, vou tentar eliminar este jogador do torneio. Eu basicamente irei a jogo com qualquer coisa, até K8s, isto porque se ele tiver algo como 66 ou Ax é uma escolha com a qual posso viver. É claro que ser muito agressivo não significa que você deixe a sua agressividade ultrapassar o bom senso.
Jogar um poker inteligente - aumentar nos momentos certos contra os jogadores certos - é sempre algo que você deve ter em mente. Por exemplo, se está a aumentar a dealer com uma mão fraca como 10-6, contra dois short-stacks que estão nas cegas e um deles empurra all-in, você criou uma situação má que poderia ter evitado. Se estou a jogar dessa posição com K9, 10-J ou A9, não me preocuparia muito em cobrir. Mas com 10-6, você tem de pensar - talvez eu não precise de perder um monte de fichas com esta mão, e ainda por cima, dobrar um short stack. Uma boa regra nesta situação, é perguntar-se a si mesmo se o seu adversário iria all-in com 10-6. A resposta é, provavelmente, não. Eles desistiriam do 10-6, daí o seu call ser péssimo.



Quando estiver a ser agressivo, pense o que os seus adversários fariam se tivessem as suas cartas. Coloque-se na posição deles, e invirta as mãos. Se achar que eles fariam all-in com a mão que você tem, então a sua mão é forte e devia ir all-in. Se acha que eles desistiriam da mão, então talvez o melhor seja largá-la também.

Existem mãos que irá jogar, independentemente do que aconteça. E se os seus adverários estiverem á sua frente não se deve preocupar em perder. Diga a si mesmo - dessa vez não me bateu nada, na próxima será diferente.
Para ser um empurrador de sucesso, tem de estar disposto a enfrentar algum risco e a perder algumas fichas. Lembre-se, não há problema em perder uma batalha ou outra para poder vencer a guerra.

por Gus Hansen

6.6.09

Factos: Primeiras Duas Cartas!


A única área do Hold’em em que podem ser dados guias estritos é precisamente nas duas primeiras cartas de jogo. Isto acontece porque, como é óbvio, o número de combinações possíveis nesta fase do jogo não é assim tão grande. No entanto, isto não quer dizer que todas as mãos sejam jogadas da mesma maneira todas as vezes, ou que jogar as duas primeiras cartas é coisa fácil.
Ocasionalmente, o caro leitor deverá jogar a mão de maneira diferente não apenas para embutir uma componente de variação no estilo de jogo, mas também para causar alguma imprevisibilidade frente aos adversários. A jogada da mão deverá também ter em conta o estilo de jogo em que se está a jogar, se será passivo ou agressivo;  isto poderá fazer muita diferença. Algumas mãos que normalmente não são lucrativas de jogar, tornam-se mãos bastante significativas contra adversários passivos. O oposto também se verifica. Mãos que normalmente merecem ser jogadas devem ser largadas face a jogares muito agressivos; especialmente se souberem o que estão a fazer.
Por fim, a experiência e o bem que se joga a mão é muito importante. Á medida que o seu julgamento melhora, poderá usar mais algumas das mãos que este guia sugere. Mas não leve este conceito à letra. Lembre-se sempre: um estilo passivo-agressivo consegue sempre trazer o dinheiro para o bolso. Isto é verdade, independentemente do que possa observar a curto prazo. Ás vezes observa maus jogadores a ganharem pots e pots. A curto prazo, as suas jogadas parecem ser espectaculares. Mas a longo prazo, são tudo menos lucráveis.
Não se esqueça que o Hold’em é um jogo que o poderá colocar rapidamente em tilt. Por exemplo, uma mão como J8s poderá ser muito tentadora de jogar, mesmo de uma posição inicial se estiver a perder. Existirão ocasiões em que o caro leitor teria feito uma grande mão se tivesse ido a jogo. Não deixe que isto o afecte. Apesar de qualquer conjunto de duas cartas possa vencer, a não selecção das mesmas não chega para ser lucrável.
As seguintes mãos foram colocadas em grupos. Isto acontece porque as mãos do mesmo grupo poderão ser jogadas de maneira muito parecida. No entanto, isto não se aplica em todas as situações. Este ranking apareceu pela primeira vez no livro de David Sklansky, “Essays on Poker”.
Os “s” significam que são cartas do mesmo naipe, e o “x” indicam cartas de baixo valor. Note que o 10 é representado por “T”.
Grupo 1: AA, KK, QQ, JJ, AKs
Grupo 2: TT, AQs, AJs, KQs, AK
Grupo 3: 99, JTs, QJs, KJs, ATs, AQ
Grupo 4: T9s, KQ, 88, QTs, 98s, J9s, AJ, KTs
Grupo 5: 77, 87s, Q9s, T8s, KJ, QJ, JT, 76s, 97s, Axs, 65s
Grupo 6: 66, AT, 55, 86s, KT, QT, 54s, K9s, J8s, 75s
Grupo 7: 44, J9, 64s, T9, 53s, 33, 98, 43s, 22, Kxs, T7s, Q8s
Grupo 8: 87, A9, Q9, 76, 42s, 32s, 96s, 85s, J8, J7s, 65, 54, 74s, K9, T8

In The Teory of Poker, de David Sklansky 

4.6.09

Obrigado, leitores!

O Poker Kings nasceu à sensivelmente 1 ano e 2 meses no mundo dos blogs, com a promessa de ajudar os jogadores iniciados nesta modalidade.
 O projecto não demorou muito a conquistar leitores, tendo em conta o número, capacidade e organização da informação transmitida. Mais tarde, a parceria com a PokerPT.com (a maior comunidade poker on-line portuguesa), deu ao blog aquilo que ele mais precisava: leitores. A secção "Artigos" (a única secção do blog que é actualizada com frequência) oferecia artigos de aprendizagem baseados nos livros dos mais importantes jogadores de poker, e também relatos de torneios disputados pelo editor seguidos de reflexões tácticas de jogo. E assim foi crescendo um sítio de aprendizagem e crítica, que oferecia um espaço onde os utilizadores poderiam publicar a sua opinião sobre os mais diversos temas da actualidade relativos ao poker. O Poker Kings é, sem sombra de dúvida, um poço de informação para todos aqueles que desejam melhorar o seu jogo. 
 Hoje, o Poker Kings mantém a sua estrutura original (salvo algumas mudanças visuais), e recebe visitas de todos os cantos de Portugal, como os seguintes gráficos o demonstram:

VISITAS NACIONAIS:

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VISITAS INTERNACIONAIS:
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Poker: Uma visão psicológica.

O caro leitor deverá estar neste momento a pensar: está bem, lá vamos nós outra vez para aquelas tretas do costume que apenas ajudam a baralhar os principiantes. Também já me disseram muitas vezes, o ínicio é apenas remetente a uma aprendizagem e interiorização das regras de jogo e a uma exposição constante a situações de jogo, de maneira a tornar o jogo uma prática constante. Percebo isso. Respeito isso. Mas ponto número um: apesar deste blog ser maioritariamente dirigido a principiantes, também é muito útil a jogadores experientes. Ponto número dois: lembram-se do ponto de vista que expûs ali em cima? Está totalmente errado.
É irónico, este ciclo vicioso. As pessoas têm tendência a esquecer certos factores e depois atribuem a culpa a coisas que, muito provavelmente,  nunca entraram na equação. Eu reprovo e defendo o contrário da opinião descrita em cima.
A psicologia, apesar de parecer algo muito aborrecido e fútil, é um dos principais caminhos para vencer um jogo de poker. Já se esqueceu de como este jogo é complicado, caro leitor? Não se podem alterar as mãos, trocar de cartas. Daí ser necessário 99% das vezes encontram maneiras alternativas, mas válidas, de levar a melhor aos adversários que nos enfrentam nas mesas. Para isto acontecer, não basta saber os rankings das cartas, ter uma boa selecção inicial de mãos ou calcular probabilidades. Estas são características básicas que todos podemos melhorar e treinar, no entanto, existe algo que nasce connosco e que já não é tão fácil de evoluir: a nossa forma de ver os outros. A psicologia é, sem sombra de dúvida, uma componente fulcral num bom jogador, e por isso deveria ser interiorizada desde o primeiro momento em que se toca numa ficha.

Isto porque a teoria não é tudo, sabemos bem disso. Um bom jogador de poker, deve no fim saber reclamar vantagem, ser obcecado pela vitória, possuir um controlo extremo das suas emoções, ser brutalmente realista e concentrado, pensar de forma clara, saber facilmente admitir o próprio erro, aceitar a responsabilidade, desvalorizar conflictos, adaptar-se às mudanças de jogo e ser bastante selectivo quando se torna agressivo.

Para o caro leitor ver como esta componente é importantíssima, Alan N. Schoonmaker escreveu um livro intitulado "A Psicologia do Poker", onde abertamente descreveu os principais erros do jogador de poker:

"Os nossos pecados mortais são:
a) pouco controlo pessoal
b) negar a realidade
c) sermos impacientes
d) focarmo-nos em nós próprios e não nos outros
e) lidar com as nossas emoções
f) pouca concentração
g) rigidez
h) educar os adversários
i) tentar ficar quite com alguém
j) culpar a sorte"

E então? Ainda considera a psicologia uma componente fútil para este jogo?

por André Leitão

2.6.09

Nota Editorial 2

Caros leitores do blog Poker Kings,
Lamento ultimamente não ter a disponibilidade de actualizar convenientemente esta secção de artigos, isto devido maioritariamente, à época de frequências enfrentada no meu meio universitário. Situação que está resolvida, voltando a secção de Artigos ao seu ritmo de posts normal.
Espero que o Poker Kings continue a ser o blog/site de eleição dos iniciantes na modalidade Texas Hold'em; e um ponto de referência para todos aqueles que de facto tenham vontade de aprender este jogo.

Um grande abraço,
André Leitão